
No último domingo, dia 7 de agosto, a banda carioca Lágrima Flor se apresentou pela segunda vez para o público de São Paulo. Mesmo desfalcados com a saída de Lua Blanco, até então vocalista do grupo que pediu afastamento para se dedicar exclusivamente à novela “Rebelde”, da Rede Record, os integrantes remanescentes – e nem por isso menos importantes – mostraram ter jogo de cintura e qualidades técnicas até então desconhecidas.
Veja bem, não estou falando que Lua inibia o talento dos demais, longe disso, mas é bastante evidente que o conjunto precisou se fortalecer individualmente e “se virar nos 30” para suprir a falta da frontleader – que também parecia ser a “cara” da Lágrima Flor. Mas, se por um lado a banda se vê momentaneamente sem a sua imagem, o mesmo não pode ser dito sobre a sua “alma”. André Sigaud, que na antiga fase assumia a guitarra e o posto de segunda voz de Lua, encarou o desafio de substituir com qualidade a sua companheira de composições, de vocais e de faculdade (para quem não sabe, os músicos se conheceram ainda nos tempos de PUC-Rio, quando cursavam Letras). E para a sorte dos fãs, ele não deixou a chama morrer. Ou a lágrima cair, fazendo aqui um trocadilho bastante infeliz.
Carol Cabral (baixista) e Nando Velloso (baterista) ajudam André nos vocais. Além de fazerem solos competentes de hits que bombaram nas rádios, ambos se revezam ineditamente na segunda voz. É, aliás, a escolha por este tipo de rearranjo uma das facetas mais interessantes da nova etapa da Lágrima Flor, pois assim fica garantida a ideia de que todo mundo faz de tudo um pouco. E faz bem, vale dizer. Por isso, o tal “troca-troca” lá do título. É quase uma orgia musical, mas nada que se assemelhe a qualquer putaria (que no campo musical encontra em “apelação” o seu sinônimo) – aliás, não entendam mal o uso da analogia que aqui cabe muito bem.
Há competência na execução dos instrumentos, na afinação da voz e na escolha do repertório, mesmo que aqui haja uma clara tentativa de agradar os jovens. Aliás, é este público que sempre deu suporte à banda. Na primeira vez que a Lágrima Flor esteve em São Paulo, Lua Blanco arrastou para o show os fãs adolescentes da peça musical “O Despertar da Primavera”, da qual fazia parte. Agora, mesmo distante, ela ainda age como “guia espiritual”, introduzindo aos ávidos seguidores de “Rebelde” o trabalho pelo qual se dedicou nos últimos cinco anos.
Mas deixando esse pequeno detalhe de lado, hoje a história é outra. A banda carioca caminha com as próprias pernas, busca a consolidação da sua imagem e tem planos nada modestos para um futuro próximo. Um deles, inclusive, é o lançamento do primeiro disco, gravado no ano passado, e que agora passará pelo processo de mixagem para se adequar à nova realidade do grupo.
E o que falar de Rique Meirelles, o violinista? Ele continua sendo a eterna “cereja do bolo” da Lágrima Flor (lembram que disse algo semelhante ano passado?). Sorte de André ter conhecido o rapaz ainda nos tempos de faculdade. O instrumento, considerado por vezes clássico demais para ser inserido em bandas pop, soa natural nas canções do grupo, e fica impossível imaginar o som dos caras sem esse toque especial.
O Lérias continua apostando as suas fichas no antigo quinteto, que agora virou quarteto por tempo indeterminado. Vamos esperar mais um ano. Quem sabe outra grande reviravolta não esteja por vir, não é mesmo? A única certeza que temos é que estaremos lá para conferir tudo bem de pertinho para contar tim-tim por tim-tim a vocês.
fonte: leriaselixos.com.br
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